segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Será o fim da Cesárea?


Mulheres que gostariam de experimentar o parto normal hoje se queixam
que o tipo de parto é definido pelo bolso e não pelas suas condições de saúde
Foto: internet- NE10
Hoje de manhã abre o site do NE10 e me deparei com uma matéria no mínimo controversa, o título: ANS julgará taxa para médico acompanhar parto normal, mas confesso que o título só fez sentido no final da leitura, por esse motivo decide compartilhar com vocês.

Na matéria a “taxa extra” cobrada por alguns obstetras para acompanhamento de gestantes que desejam o parto normal, e que até pouco tempo era uma prática realizada na informalidade, ganhou espaço e está sendo discutida a sua legitimidade, inclusive para a Agência Nacional de Saúde.

O tema é polêmico, pois a taxa é considerada pelos médicos como um direito legítimo, tendo em vista as consultas que têm que desmarcar e o tempo que “perdem” esperando horas por um parto apenas. Já as pacientes consideram um abuso, principalmente, as gestantes que tem plano de saúde e arcam com uma despesa mensal, que em tese deveria cobrir todos os custos.

Segundo a matéria, o Colegiado do Conselho federal de Medicina (CFM) diz que a cobrança não fere a ética da relação médico paciente e pode “ajudar” o País a reduzir o número de cesarianas. Será? 

A chefe de cozinha Bruna Trieto, mãe de dois filhos nascidos através de parto normal, contou que preferiu não correr riscos e relatou. "Procurei um profissional de confiança. A impressão que tenho é de que muitos médicos até dizem que fazem o parto normal, mas quando chega a hora arrumam qualquer desculpa para logo indicar a cesárea."

Concordo que o profissional de saúde, independentemente da sua especialidade deve ser bem remunerado, e que o tempo é precioso para trabalhadores autônomos, mas é preciso regras mais firmes e fiscalização ostensiva para os planos de saúde, para que não haja defasagem nessa remuneração, e nem prejuízo para os usuários desses planos. A sensação que tenho, e que, atualmente, a relação médico e paciente está definida pelo bolso, pois quem tem meios de pagar terá um atendimento diferenciado.

Num país com um Sistema Único de Saúde, que é ÚNICO na acepção da palavra, com uma distribuição de renda tão desigual e com um número tão elevado de usuários de “assistência suplementar” (codinome para Planos de Saúde), acredito que “taxas extras” não vão ajudar a diminuir o número de cesarianas. Esse assunto deve ser bem discutido, não apenas julgado pela ANS e imposto aos usuários, não fazemos parte de uma época medieval, aparentemente estamos em uma democracia.

Ah, e a respeito do título acho que deveria ser  ANS julgará normal taxa para médico acompanhar parto. Concordam?

Fonte de pesquisa: NE10

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