sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Voltei, Recife



Por Renilson Oliveira

Voltei, Recife
Foi a UNESCO
Que me trouxe pelo braço
Quero ver para sempre "Vassoura”
Na rádio tocando
Ao invés de umas e outras
E cair no passo...

Foto: Carlos Oliveira / Prefeitura do Recife
O frevo recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, da UNESCO, no dia 4 de dezembro, em Paris, durante a cerimônia organizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 
A escolha do ritmo, que teve a inscrição feita pelo Ministério da Cultura (MinC) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para receber o título aconteceu na 7ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, na sede da UNESCO.

Muitos pernambucanos comemoraram a conquista após o anúncio da imprensa LOCAL, mas como bons brasileiros que são esquecem que o frevo já tem o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde 2007, ano do seu centenário, quando também foi inscrito pelo Iphan no Livro de Registro das Formas de Expressão. Portanto, não é novidade o valor do ritmo para a representatividade da cultura da Região Nordeste, o que falta é tocar nas rádios e ser valorizado internamente – falta autoestima elevada.


Cito desabafo do cantor Alceu Valença para justificar minha afirmativa:

"Eu acho por um lado maravilhoso, o meu frevo merece. Por outro lado, é um absurdo que uma música que é considerada Patrimônio da Humanidade não toque nas rádios de sua terra. Eu não consigo entender por que isso acontece, a gente só toca frevo no carnaval. Antigamente, começava em janeiro. Agora, só durante o carnaval mesmo. Espero que o frevo seja tocado pelo menos em janeiro, aí vamos ver o crescimento, afinal, não adianta gravar se não tem onde tocar".

Outro defensor do ritmo é o radialista Ednaldo Santos, apresentador do programa Rádio Cidadão, da Rádio Jornal.

"É muito triste você ver públicos de outro estado e até de outros países lotando teatros para ver o frevo e aqui, em Pernambuco, o ritmo sendo descartado", ressalta.

Em relação ao novo título concedido pela UNESCO, o radialista espera que as autoridades despertem para a importância do frevo.

"Lamento muito, por exemplo, o fato da atual gestão da prefeitura do Recife ter esquecido o Festival do Frevo, evento que está previsto em lei", sinalizou.

O mais interessante é que isso não ocorre só no frevo, existe no cenário musical (cultural) do Estado, artistas que precisaram fazer sucesso lá fora, ganhar reconhecimento nacional e internacional, para ter o respeito e a deferência do público pernambucano – para ilustrar cito Lenine.

Reconheça sua identidade cultural, e não precisa “achar feio o que não é espelho”.

Fonte de pesquisa: Ne10, Diário de Pernambuco e G1 Pernambuco.

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